Afastado da vida pública há algum tempo, ainda se manteve no cinema, com seu último filme lançado sendo Rock the Casbah (2013). O motivo da distância de Sharif para os holofotes foi o Alzheimer, doença da qual ele sofria no mínimo desde maio deste ano, quando seu filho divulgou a notícia no jornal espanhol El Mundo.
O ator, batizado Michel Demitri Shalhoub, nasceu em 10 de abril de 1932, em Alexandria, no Egito. Na adolescência, estudou em um colégio católico antes de ir para a faculdade e se graduar em matemática e física. Após os estudos, começou a trabalhar na madeireira de seu pai. Bastante jovem, foi para Londres, onde estudou na Academia Real de Artes Dramáticas para, pouco tempo depois, estrear no cinema no filme Shaytan al-Sahra (1954), que o alçou ao status de estrela em seu país.
A escalada no estrelato mundial veio com o épico Lawrence da Arábia (1962), ao qual ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante – sua única indicação ao prêmio da Academia – e premiado na mesma categoria no Globo de Ouro. O filme conta a participação do arqueólogo e escritor britânico Thomas Edward Lawrence nas rebeliões árabes da Primeira Guerra Mundial. Dirigido por David Lean, venceu sete Oscars (Melhor Filme, Direção, Fotografia, Direção de Arte, Som, Edição e Música).
Três anos depois, o outro grande sucesso da carreira de Sharif também foi dirigido por David Lean, Doutor Jivago (1965), que rendeu ao egípcio o prêmio de Melhor Ator em Drama no Globo de Ouro. Este filme venceu cinco Oscars: Melhor Roteiro Adaptado, Fotografia, Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora. Além de ter sido indicado a Melhor Filme, Direção, Ator Coadjuvante (Tom Courtenay), Som e Edição.
Nessa época, ele já havia se convertido ao Islã para poder casar com sua noiva Hamama, e mudado o nome para Omar al-Sharif. Com Hamama, teve seu único filho, Tarek Sharif – nascido em 1957, a tempo de interpretar uma versão jovem do personagem do próprio pai em Doutor Jivago. Omar Sharif e Hamama se divorciaram em 1972 e ele nunca mais se casou.
A filmografia de Sharif ainda inclui títulos como Funny Girl: A Garota Genial (1968), que marcou a estreia de Barbra Streisand no cinema, e Causa Perdida! (1969), no qual interpretou o revolucionário argentino Che Guevara. Em mais de seis décadas de carreira, foram poucos os anos em que Sharif não esteve em pelo menos um filme, acumulando 117 papéis, contando também séries de TV. Além do épico Mar de Fogo (2003), em que atuou ao lado de Viggo Mortensen e foi seu último grande trabalho em Hollywood, o ator se destacou também no drama francês Uma Amizade Sem Fronteiras (2004), pelo qual ganhou o César de Melhor Ator e foi premiado no Festival de Veneza. O espanhol Antonio Banderas, que atuou com Sharif em O 13° Guerreiro (1999), publicou diversas mensagens de pesar em sua conta no Twitter falando sobre como o egípcio foi um grande contador de histórias e um amigo leal.
(Fonte: Redação PdC)