Com quatorze indicações – o recordista deste ano – o aclamado Que Horas Ela Volta, de Anna Muylaert, consagrou-se como o maior vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2016, considerado o Oscar da produção nacional. Ao total foram sete troféus Grande Otelo conquistados: Melhor Longa de Ficção, Direção, Atriz (Regina Casé), Atriz Coadjuvante (Camila Márdila), Montagem de Ficção, Roteiro Original e Longa de Ficção pelo Júri Popular. Regina e Camila, aliás, foram umas das únicas premiadas a estarem presentes na cerimônia ocorrida no Teatro Municipal do Rio de Janeiro na noite desta terça-feira, dia 04 de outubro, e agradeceram suas vitórias em meio a fortes manifestações de protesto e gritos de “Fora Temer”. A emoção falou forte também durante o discurso de Daniel Filho, o grande homenageado do ano, que relembrou sua história e sua grande paixão pelo cinema.
Os outros vencedores do ano foram Chatô: O Rei do Brasil (Ator, para Marco Ricca, Figurino, Maquiagem, Direção de Arte e Roteiro Adaptado), com cinco troféus, Chico: Artista Brasileiro (Longa Documentário, Montagem Documentário, Som e Trilha Sonora), com quatro, e O Sal da Terra (Melhor Filme Estrangeiro e Filme Estrangeiro pelo Júri Popular), com duas vitórias. Infância (Longa de Comédia), Até que a Sbórnia nos Separe (Longa de Animação), A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Ator Coadjuvante, para Chico Anysio), A Estrada 47 (Efeitos Visuais), Betinho: A Esperança Equilibrista (Longa Documentário pelo Júri Popular), A História da Eternidade (Trilha Sonora Original), Órfãos do Eldorado e Sangue Azul (ambos como Fotografia, no único empate do ano) ganharam, cada um, apenas um troféu.
A concentração de vitórias nos favoritos tornou a premiação, no entanto, previsível e monótona. Não houveram surpresas, e ótimos concorrentes, que mereciam algum reconhecimento, como Casa Grande, Branco Sai Preto Fica, Depois de Tudo, Ausência, Califórnia e Cássia Eller, ficaram de mãos abanando. O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro ao menos nesse ano foi mais certeiro ao apostar no óbvio, evitando que equívocos se destacassem, como os indicados Tudo que Aprendemos Juntos (um dos piores filmes do último ano, que teve 2 indicações), S.O.S. Mulheres ao Mar 2 (aliás, toda a categoria de Melhor Longa em Comédia deveria ser eliminada), O Duelo (foi indicado a Roteiro Adaptado apenas por se basear em Jorge Amado, pois o resultado é catastrófico) e Linda de Morrer (que nem os efeitos visuais, que lhe valeram a indicação, se salvam).
Outros erros deste ano estavam nas categorias de atuação. Alice Braga (Muitos Homens num Só) e Fernanda Montenegro (Infância) são sempre ótimas, mas nestes filmes estão muito aquém dos próprios talentos. Já Andréa Beltrão (Chatô) e Marcélia Cartaxo (A História da Eternidade) são coadjuvantes, mas foram indicadas como protagonistas. Assim ficou fácil a vitória de Regina Casé. O mesmo se pode dizer de Irandhir Santos (coadjuvante em Ausência, mas indicado como protagonista). Entre as indicadas a Atriz Coadjuvante, Fabiula Nascimento (Operações Especiais, única indicação do filme), Georgiana Góes (Casa Grande) e Leandra Leal (Chatô) mal aparecem, a ponto de estranhar como lembraram delas a ponto de as indica-las por estes trabalhos quase insignificantes.
A única disputa de verdade era a de Melhor Ator Coadjuvante. Chico Anysio está mesmo ótimo, e o voto memorialista em sua homenagem é que deve ter feito a diferença para a sua vitória. Angelo Antonio é, disparado, a melhor coisa de A Floresta que se Move (foi a única indicação do filme, aliás), enquanto que Claudio Jaborandy (A História da Eternidade), Lourenço Mutarelli (Que Horas Ela Volta) e Marcello Novaes (Casa Grande) estão, todos, excelentes – o último chegou a ser premiado nessa categoria no extinto Festival de Paulínia. Confira a seguir a relação completa de vencedores do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2016:
LONGA DE FICÇÃO: Que Horas Ela Volta, de Anna Muylaert
LONGA DOCUMENTÁRIO: Chico: Artista Brasileiro, de Miguel Faria Jr.
LONGA COMÉDIA: Infância, de Domingos Oliveira
LONGA DE ANIMAÇÃO: Até que a Sbórnia nos Separe, de Otto Guerra
DIREÇÃO: Anna Muylaert, por Que Horas Ela Volta
ATRIZ: Regina Casé, por Que Horas Ela Volta
ATOR: Marco Ricca, por Chatô: O Rei do Brasil
ATRIZ COADJUVANTE: Camila Márdila, por Que Horas Ela Volta
ATOR COADJUVANTE: Chico Anysio, por A Hora e a Vez de Augusto Matraga
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Adrian Trejido, por Órfãos do Eldorado, e Mauro Pinheiro Jr, por Sangue Azul
ROTEIRO ORIGINAL: Anna Muylaert, por Que Horas Ela Volta
ROTEIRO ADAPTADO: Guilherme Fontes, João Emanuel Carneiro e Matthew Robbins, por Chatô: O Rei do Brasil
DIREÇÃO DE ARTE: Gualter Pupo, por Chatô: O Rei do Brasil
FIGURINO: Rita Murtinho, por Chatô: O Rei do Brasil
MAQUIAGEM: Maria Lucia Mattos e Martín Macías Trujillo, por Chatô: O Rei do Brasil
EFEITOS VISUAIS: Robson Sartori, por A Estrada 47
MONTAGEM FICÇÃO: Karen Harley, por Que Horas Ela Volta
MONTAGEM DOCUMENTÁRIO: Diana Vasconcellos, por Chico: Artista Brasileiro
SOM: Bruno Fernandes e Rodrigo Noronha, por Chico: Artista Brasileiro
TRILHA SONORA ORIGINAL: Zbgniew Preisner, por A História da Eternidade
TRILHA SONORA: Luiz Claudio Ramos, por Chico: Artista Brasileiro
LONGA ESTRANGEIRO: O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
CURTA DE ANIMAÇÃO: Égun, de Helder Quiroga
CURTA DOCUMENTÁRIO: Uma Família Ilustre, de Beth Formaggini
CURTA DE FICÇÃO: Rapsódia de um Homem Negro, de Gabriel Martins
LONGA DE FICÇÃO – JÚRI POPULAR: Que Horas Ela Volta, de Anna Muylaert
LONGA DOCUMENTÁRIO – JÚRI POPULAR: Betinho: A Esperança Equilibrista, de Victor Lopes
LONGA ESTRANGEIRO – JÚRI POPULAR: O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
(Fonte: Redação PdC e Academia de Cinema Brasileiro)
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