Brooklyn Nine-Nine :: T06
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Michael McDonald, Victor Nelli Jr., Tristram Shapeero, Eric Appel, Rebecca Asher, Payman Benz, Ryan Case, Alex Reid, Jamie Babbit, Michael Schur
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Brooklyn Nine-Nine T06
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2019
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Crítica
Seriados cômicos que contam com um grande elenco é uma expertise que Hollywood faz quase como nenhum outro. Desde Mary Tyler Moore (1970-1977) e Cheers (1982-1993), passando por fenômenos como Friends (1994-2004) e Sex and the City (1998-2004), até mais recentes, como The Big Bang Theory (2007-2019) e Modern Family (2009-2020) – para ficar em apenas alguns exemplos – é fácil perceber que o segredo destes sucessos, assim como a longevidade de cada um destes programas, é tanto o talento dos seus protagonistas, como a impressionante química existente entre os membros do elenco, oferecendo iguais destaques também aos coadjuvantes. Indiscutivelmente, mais um membro desse grupo é a comédia policial Brooklyn Nine-Nine, que chega nesta sexta temporada (a sétima encontra-se em andamento, e já foi renovado para a oitava) com a equipe em alta, tanto na frente como atrás das câmeras. A sintonia entre todos, desde os desenlaces narrativos até a renovação de velhas ideias, é uma constante nestes dezoito episódios, uma feliz constatação de que ainda há muito a ser explorado no conjunto reunido.
Jake Peralta, papel que Andy Samberg defende como se fosse uma extensão da sua própria persona pública – tanto que esse desempenho já lhe rendeu um Globo de Ouro e uma indicação ao Critics Choice Awards – é um detetive da delegacia 99 de Nova Iorque, que, não por acaso, está localizada no Brooklyn. Seu chefe é o comandante Ray Holt (Andre Braugher, três vezes indicado ao Emmy e premiado no Critics Choice Television por esse personagem), uma figura absolutamente peculiar: gay e muito bem casado com o professor Kevin (Marc Evan Jackson, de The Good Place, 2016-2020), é uma pessoa acima de tudo racional, que raramente expressa suas emoções, baseando cada passo do seu dia na lógica e na decisão matemática. Sob seu comando estão ainda o sargento Terry Jeffords (Terry Crews, de Os Mercenários, 2010), uma montanha de músculos sentimental, a oficial Amy Santiago (Melissa Fumero, de Gossip Girl, 2007-2010), que busca sempre ser um exemplo de bom comportamento, a secretária Gina Linetti (Chelsea Peretti, de A Noite do Jogo, 2018), que não costuma medir suas palavras, e outros detetives: Rosa Diaz (Stephanie Beatriz, de Temporário 12, 2013), séria e determinada, Charles Boyle (Joe Lo Truglio, de Paul: O Alien Fugitivo, 2011), indeciso e amoroso, e os inúteis Hitchcock e Scully (Dirk Blocker, de Poltergeist, 1982, e Joel McKinnon Miller, de Super 8, 2011), dois glutões incompetentes vistos como móveis e utensílios do ambiente de trabalho.
É importante compreender a dinâmica existente entre os membros desse grupo ao longa dos cinco anos anteriores. Absolutamente unidos, são capazes de qualquer coisa uns pelos outros. Jake e Gina são amigos de infância, e por isso ele parece ser o único que escapa ileso das provocações dela. Ele também é visto como um ídolo por Boyle, que se considera o melhor amigo dele, enquanto que Holt é uma presença paternal, um ídolo a ser seguido por Amy, tão dedicada ao trabalho quanto o seu superior. Peralta, por sua vez, é o malandro que sempre acaba encontrando um jeito de se safar, e talvez a única tão eficiente quanto ele seja Rosa. Terry parece um brutamonte, mas se mostra frágil quando necessário para não se isolar na posição de liderança que ocupa, ao mesmo tempo em que Hitchcock e Scully habitam uma realidade paralela, representando pontos de escape cômicos justamente pelos absurdos que vivenciam. São todos ótimos quando separados, em duplas ou trios, mas ainda melhores se unidos em função de um objetivo comum.
Quando essa sexta temporada começa, Peralta e Santiago estão partindo para a lua de mel, após o casamento que marcou o final do quinto ano. Qual não é surpresa deles quando, ao chegarem no resort mexicano onde escolheram curtir a dois, se deparam com o Holt, que para lá foi buscando afogar as mágoas após ser rejeitado para o cargo de comissário de polícia de Nova Iorque. Essa questão, tratada como um problema pontual a ser resolvido o quanto antes – afinal, os dois se empenham em melhorar o humor do chefe para que ele volte ao trabalho e os deixem, enfim, sozinhos – acaba se tornando o mote de todos os próximos episódios. Enquanto o espectador descobre que Hitchcock e Scully já foram heróis do distrito ou que Holt pode estar sendo assediado por um provável espião, a sombra do novo comissário – John Kelly (Phil Reeves, de Eleição, 1999) – estará por trás de cada um destes eventos. Ao mesmo tempo, questões como assédio sexual, bullying infantil, adoção e a homossexualidade são levantados, numa dosagem bastante equilibrada de humor e seriedade. Eles não escapam de temas polêmicos, mas o fazem de modo leve, promovendo a reflexão ao mesmo tempo em que evitam o didatismo.
Neste ano, três nomes de peso – Lin-Manuel Miranda, David Paymer e Sean Astin – são os convidados especiais, cada um ganhando um episódio para si (The Golden Child E09, The Therapist E11 e Ticking Clocks E14, respectivamente), colaborando neste movimentado andar das coisas. Dos três, o que se sai melhor é Paymer, como um terapeuta que ajuda numa investigação de assassinato – é praticamente um deboche de séries como The Mentalist (2008-2015) ou Psych (2006-2014) – enquanto que os outros dois agem como se apenas suas participações fossem suficientes para entreter o público (o que não chega a ser o caso). Por outro lado, situações recorrentes, como o bandido Doug Judy (Craig Robinson, de Meu Nome é Dolemite, 2019) ou o ‘roubo do Halloween’ retornam, como acontece em toda nova temporada, mas dessa vez revigorados. O primeiro aparece em A Tale of Two Bandits (E05) graças ao surgimento de um imitador do seu modo de agir, que mais uma vez levanta suspeitas sobre seu comportamento como fora da lei, enquanto que o segundo volta sob uma nova dinâmica – até a data foi alterada – em Cinco de Mayo (E16), confirmando-se como um dos episódios mais aguardados de cada ano.
A sexta jornada de Brooklyn Nine-Nine será lembrada por aquela em que foi dado adeus a um dos seus melhores personagens, que parece ter saído de vez do programa. Essa mesma coragem se percebe na estrutura pensada para os acontecimentos, visto que o arco construído para estes 18 episódios (os anos anteriores tinham de 22 a 23) foi mais do que suficiente para manter o show em alta, longe de demonstrar sinais de cansaço (algo que, por sua vez, também não seria estranho). Tanto é que os dois capítulos finais – Sicko e Suicide Squad – não apenas promovem um desfecho de acordo com as expectativas, como também presenteiam os fãs com o retorno de outras figuras marcantes, como o Abutre (Dean Winters, de 30 Rock, 2006-2012) e a chefe Wuntch (Kyra Sedgwick, de Divisão Criminal, 2005-2012). Assim, sem perder tempo com reviravoltas que levam a lugar nenhum e abrindo espaço suficiente para que cada elemento contribua na medida certa para a eficiência do todo, a série segue mostrando que, mesmo em um cenário tão acostumado a histórias violentas e repletas de tensão, é possível fazer rir sem deixar de lado o bom senso. Ponto para eles!
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Marcelo Müller | 7 |
Lucas Salgado | 8 |
Bianca Zasso | 8 |
Rodrigo de Oliveira | 8 |
MÉDIA | 7.6 |