Expresso do Amanhã :: T01 :: E01
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Graeme Manson, Josh Friedman
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First, the Weather Changed
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2020
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Um trem de 1.001 vagões dá a volta ao mundo, sem parar, depois que o planeta Terra entrou numa austera Era glacial. O transporte se divide em classes, com a elite nos primeiros vagões e os mais pobres nos últimos. Mas os desvalidos estão dispostos a se rebelar e mudar esse status.
Expresso do Amanhã
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Expresso do Amanhã :: T01
Episódio | Data de exibição |
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Expresso do Amanhã :: T01 :: E01 | 17/05/2020 |
Crítica
Muito anos antes de se tornar um fenômeno mundial com Parasita (2019), o primeiro longa de língua não-inglesa a ganhar o Oscar de Melhor Filme, Bong Joon-ho havia entregue o melhor título da sua filmografia – sim, superior até o tão aclamado e mais recente trabalho. O projeto em questão é a subestimada ficção-científica Expresso do Amanhã (2013), um projeto estrelado por nomes de destaque como Chris Evans, Jamie Bell, Ed Harris, Octavia Spencer e Tilda Swinton, mas que, mesmo assim, faturou não muito mais do que US$ 4,5 milhões nas bilheterias norte-americanas – ainda que conte com 94% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e tenha recebido mais de uma centena de prêmios e indicações ao redor do mundo. Pois bem, eis que agora a mesma trama ganha uma nova oportunidade de conquistar o público, e dessa vez em um formato, digamos, mais palatável ao gosto comum: como a série Expresso do Amanhã, que se ocupará de dez horas para desenvolver um enredo que antes havia sido explorado em apenas duas.
A sensação diante do capítulo de estreia é que tudo que havia sido apenas mencionado no filme, na série será desenvolvido e explicado até os mínimos detalhes. Ou seja, é provável que a ideia seja justamente não apresentar algo novo, mas apenas preencher as lacunas deixadas pela versão cinematográfica. Essa estratégia, como se pode imaginar, não apenas é frustrante para aqueles que já se confrontaram com a versão anterior, pois obviamente não entregará em cena o mesmo que antes fora apenas imaginado, mas também irá decepcionar os que chegarão agora nesse universo, uma vez que se ocupará de esmiuçar tantos detalhes que terminará por tornar o conjunto por demais didático e até mesmo enfadonho. Uma postura, portanto, no mínimo arriscada, para não dizer preguiçosa.
Expresso do Amanhã se passa num futuro no qual a humanidade foi praticamente dizimada pelas mudanças climáticas que tomaram conta do planeta e congelaram as regiões até então habitáveis. Todos os sobreviventes se encontram no tal trem que dá título à série. Com dezenas de vagões, vão se dividindo em classes sociais: à frente os mais abastados, lá no fundo os miseráveis. Quem coordena essa complicada engenharia é Melanie Cavill (Jennifer Connelly, em seu primeiro projeto de prestígio na televisão desde The $treet, 2000-2001, há quase vinte anos), que é não apenas o rosto, mas também a voz no controle, garantia de segurança para alguns, mas também de opressão para tantos outros. Quando um dos passageiros aparentemente intocáveis é encontrado morto – ou melhor, assassinado – a única pessoa capaz de encontrar o culpado está bem distante: no último vagão, para ser mais preciso.
Nesse ponto, percebe-se que enquanto Connelly deverá ser a antagonista – e, muito provavelmente, a verdadeira vilã da história – estará sob os ombros de Daveed Diggs a responsabilidade de assumir o protagonismo da trama. Ele é Layton, um detetive policial sem condições financeiras para lhe reservar uma posição de prestígio no trem, e que por isso mesmo acaba se tornando um dos líderes de uma revolução social cada vez mais eminente. Ao ser convocado para exercer suas habilidades a pedido dos ricos e milionários, lutará não apenas com seu dever profissional, mas também com a consciência social que lhe é tão cara. Se continuar seguindo pelo mesmo caminho desenvolvido no longa-metragem, é de se imaginar que a série Expresso do Amanhã acabará dividida entre o thriller criminal e a crítica econômica e ecológica, provavelmente forçando mais a barra no primeiro viés em detrimento do segundo – justamente o oposto do que se verificava em sua versão cinematográfica. O que não deixa, é claro, de ser uma lástima.
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