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Sinopse

Jon Snow vai até a Pedra do Dragão se encontrar com Daenerys Targaryen. Ela quer a ajuda dele para derrotar Cersei, mas ele está mais preocupado com o Exército dos Mortos, com o Rei da Noite, com Os Outros. Euro Greyjoy entrega Ellaria Sand à Cersei como presente, enquanto que Samwell Tarly termina seu tratamento em Jorah Mormont. O exército de Daenerys ruma para tomar o Rochedo Casterly, dos Lannister, mas esses estão mais preocupados com os Jardins de Cima, comandados por Oleanna Tyrell, pois é lá onde está o ouro.

Crítica

O bastardo de Winterfell frente ao anão do Rochedo Casterly. Assim começou o terceiro episódio da sétima temporada de Game of Thrones, a série fenômeno desta temporada. Jon Snow (Kit Harington), o Rei do Norte, aceitou o convite recebido no episódio interior e foi até a Pedra do Dragão. Lá, é recebido por Tyrion Lannister (Peter Dinklage). Porém, este não é o encontro mais esperado. Tyrion é apenas um intermediário – ainda que um de imenso peso, a despeito de sua baixa estatura. O que todos querem ver é Snow frente à Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), a verdadeira herdeira do trono de ferro. Frio e Fogo, enfim, juntos. Ela o quer ao seu lado para, juntos, retomar o que lhe é de direito, derrotando, portanto, com frotas do Norte e do Sul, Cersei Lannister (Lena Headey), a nova rainha dos Sete Reinos. Ele, no entanto, tem outra preocupação. Uma que parece ser muito mais urgente – e determinante para o destino de todos.

Mark Mylod não é novato no universo de Game of Thrones – este é o sexto episódio que dirige na série, já tendo participado da quinta e da sexta temporada, além do capítulo anterior dessa nova temporada, Stormborn. Ele domina bem a linguagem televisiva, tendo no seu currículo passagens por séries como The Affair (2014), Shameless (2011) e Entourage (2006), entre outras. Programas, como se percebe, mais centrados nos personagens e em suas relações do que na ação entre eles. Inclusive suas raras incursões pela tela grande, em comédias como Qual Seu Número? (2011) e Quem é Morto Sempre Aparece (2005), deixam clara essa preferência. Basicamente o que aconteceu dessa vez. Muita discussão, pouco resultado, e uma grande revelação no momento final, suficiente para aumentar as expectativas para a próxima semana.

Daenerys quer que Jon Snow se curva a ela e lhe prometa fidelidade. Ele, por sua vez, propõe uma parceria, para juntos resolverem a ameaça d’Os Outros e, apenas após esta questão ser superada, lidarem com Cersei. Ela não o conhece, e o oposto também é verdade. Entre eles, apenas Tyrion – que é um importante aliado dela, e alguém de confiança dele. O anão usa bem de sua presença, crescendo em diálogos relevantes, seja à beira do penhasco, com Snow, ou na sala de estratégia, com Daenerys. Cada um, ao seu modo, acaba fazendo o que ele lhes aconselha. Novamente, o grande jogador é aquele que menos se faz perceber.

Já em Westeros, o clima parece estar mais nervoso. Euron Greyjoy (Pilou Asbaek, de A Vigilante do Amanhã, 2017) retorna à capital com o presente prometido à Cersei: Ellaria Sand (Indira Varma, de Êxodo: Deuses e Reis, 2014) e a filha desta, Tyene (Rosabell Laurenti Sellers). O suficiente para Cersei se vingar à altura pela morte da própria filha, Myrcella (Aimee Richardson) – em uma das passagens mais tensas do episódio. Outro desenlace que elevou as temperaturas foi a tomada dos Jardins de Cima por Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau), que mostrou seu valor não só evitando um confronto direto com o irmão, Tyrion, que por sua vez invadiu o Rochedo Casterly – uma vitória esvaziada – como também por derrotar a toda poderosa Olenna Tyrell (Diana Rigg, atriz indicada ao Globo de Ouro por Hospital, 1971). Ele venceu – mas foi ela quem deu a última cartada, revelando, por fim, um dos mistérios mais intrigantes da trama.

Este terceiro episódio – estamos quase na metade, afinal, esta temporada terá apenas sete capítulos – trouxe ainda a volta de Bran (Isaac Hempstead Wright, de O Despertar, 2011) à Winterfell e seu reencontro com a irmã Sansa Stark (Sophie Turner), um contato frio à princípio, que trouxe à tona mais segredos do que revelações, e a cura de Jorah Mormont (Iain Glen, de Lara Croft: Tomb Raider, 2001), que após a intervenção de Samwell Tarly (John Bradley, de Anna Karenina, 2012), não só melhorou de saúde como retomou seu propósito de se reunir à Daenerys. Theon Greyjoy (Alfie Allen, de De Volta ao Jogo, 2014) é resgatado com vida e segue em sua peregrinação de humilhação e vergonha, Cersei promete pagar suas dívidas e Jon Snow consegue o vidro de dragão que tanto precisava. Outra novidade importante nesse episódio? A volta da nudez! E nada melhor do que isso do que nos depararmos com o casal real – os irmãos Cersei e Jaime Lannister – na cama, deixando qualquer tabu de lado. “Você não se preocupa que os outros saibam?”, ele questiona. “Eu sou a rainha, e posso tudo”, replica ela. Mas... até quando?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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