Crítica
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Insecure
Insecure :: T05
Insecure :: T04
Episódio | Data de exibição |
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Insecure :: T04 :: E01 | 12/04/2020 |
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Insecure :: T01
Crítica
Durante os três primeiros anos de Insecure, pouco mais de um se passou na vida dos personagens. Isso fica claro ao lembrar que, no episódio piloto, Issa (a protagonista, interpretada pela criadora Issa Rae) estava comemorando seus 29 anos, enquanto que no meio da terceira temporada, quando ela e suas melhores amigas – Molly (Yvonne Orji) e Kelli (Natasha Rothwell) – se encontram para uma sessão de cinema ao ar livre, a intenção é celebrarem seu trigésimo aniversário. Assim, mesmo que o programa tenha começado em 2016, de lá para cá se passou pouco mais de 12 meses na ficção. Isso é importante que esteja claro diante de Lowkey Feelin’ Myself (algo como “se sentindo, se achando, empolgada consigo mesma, porém com discrição”), o capítulo de estreia deste quarto ano. Afinal, com um espaço de tempo relativamente curto, é compreensível o choque provocado quando todos ficam a par de que a nova namorada de Lawrence (Jay Ellis) é ninguém menos do que Condola (Christina Elmore, de Fruitvale Station: A Última Parada, 2013). Um bom gancho abordado sem desvios, garantindo um recomeço sem tropeços.
Sim, pois Lawrence é o grande amor de Issa – os dois foram namorados por cinco anos e, desde que se separaram, por causa de um deslize dela, é recorrente o sentimento em ambos de que estariam melhores se houvessem permanecidos juntos – ao mesmo tempo em que Condola está rapidamente se tornando uma importante amizade para a mesma Issa. Esse triângulo amoroso, no entanto, não é ciente, e nem mesmo concreto: Issa e Lawrence não possuem mais nada em comum; Issa não sabe que a nova namorada de Lawrence é Condola, assim como ele também não sabe que a garota que está conhecendo é também próxima de sua ex. Ainda que houvesse potencial para uma boa comédia de erros nesse conjunto, é com muito bom gosto que os realizadores optam por um caminho mais realista, apostando numa revelação sem demoras – Tiffany (Amanda Seales), que sem saber acabou sendo responsável por esses encontros, assim que percebe o que fez deixa tudo às claras para todos – e obrigando cada um dos envolvidos a refletirem a respeito de suas novas posturas. Um amadurecimento que cai bem a um seriado que há muito deixou de se vender como diversão passageira.
Se essa questão se encaminha para um desfecho admirável, uma outra bomba é jogada sem aviso prévio no colo dos espectadores logo nos primeiros minutos desse capítulo de estreia: Issa e Molly não estão mais se falando. Diante desse espanto, a trama volta algumas semanas, e passa a se focar no tal evento de bairro que Issa está planejando com a ajuda de Condola. Molly, por sua vez, apesar de ter sido deixada um pouco de lado no ano anterior, segue como uma das figuras mais importantes da vida de Issa. O que as teria afastado, então? As duas já enfrentaram discussões e até mesmo brigas no passado, mas nunca conseguiram ficar muito tempo uma longe da outra. Elas se completam, e é provável que o show não tivesse alcançado o mesmo sucesso sem uma delas. Kelli ou Tiffany nunca foram uma ‘ameaça’ para a amizade das duas. Porém, com Condola adquirindo uma importância cada vez maior na vida de Issa, teria Molly se afastado simplesmente por ciúmes?
Sem se preocupar em responder essa ou nenhuma das outras questões levantadas – sem trabalho e nem um homem fixo em sua vida, para onde Issa irá profissionalmente e no campo amoroso? – Insecure dá a entender no início dessa temporada que talvez o maior mote a ser desenvolvido seja quanto ao relacionamento das duas amigas. O que não deixa de fazer sentido, pois se sempre esteve no campo de discussão delas suas atividades diárias, o que fazer ou não, e acima de tudo, com quem, essas dúvidas eram melhor esclarecidas quando vistas sob a perspectiva uma da outra. Mais do que Lawrence, Daniel, Nathan ou qualquer um dos seus romances passageiros, o relacionamento mais sólido de Issa até o momento foi o construído com Molly. Conseguirá, mesmo, abrir mão disso? E em troca de quem – ou do que? O debate é não apenas válido, mas também intrigante. Talvez o suficiente para um ano repleto de descobertas – e isso não é tudo o que se pode esperar de um programa que tanto já deu aos seus fãs e admiradores?
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