Santos Dumont :: T01 :: E01
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Pedro Motta Gueiros, Gabriel Mariani Flaksman
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Le Petit Dumont
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2019
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Brasil
Crítica
Leitores
Sinopse
Nossas Primeiras Impressões sobre a série nacional a respeito do primeiro homem a voar em um avião.
Crítica
Todo mundo já ouviu falar de Santos Dumont como o pai da aviação, mas quem o conhece além do histórico voo a bordo do 14 Bis? Disposto a desvendar esta saga esquecida pelo tempo, o produtor Estevão Ciavatta vasculhou nos livros de história de forma a entregar uma produção, acima de tudo, requintada. É o que pode-se perceber já no primeiro episódio da nova série nacional da HBO, Santos Dumont.
Dividido em três linhas temporais, o episódio piloto transita entre infância, juventude e fase adulta do personagem-título. A proposta sempre é ressaltar seu lado aventureiro, seja ao escapar do olhar atento do pai ao comandar uma locomotiva a vapor ou calcular milimetricamente as possibilidades de uma espécie de "balão pessoal a gás", cujo equipamento caiba dentro de um carro qualquer e permita fazer passeios esporádicos. Le petit Dumont, título do episódio e referência escancarada à sua (falta de) altura, vive no mundo da fantasia e é fã de Julio Verne, referências espalhadas através de diálogos e livros, aqui e ali. Tudo auxiliado pelo fato de ter nascido em uma família rica, dona de um engenho de café que se recusa a manter a escravidão - detalhe que pontua a ética que o norteia.
Dentro da habitual proposta de ambientar o universo de seu personagem principal, típica de qualquer série iniciante, Santos Dumont se destaca pelo apuro técnico. Se direção de arte e figurino saltam aos olhos, com diversos itens de época meticulosamente inseridos na narrativa de forma a provocar a imersão do espectador ao período retratado, o impacto maior fica por conta da fotografia que utiliza, apenas, iluminação natural. Em especial as cenas noturnas, que se apropriam das sombras para compor como era a vida no final do século XIX, mesmo na sempre badalada Paris.
Em relação ao elenco, vale destacar a desenvoltura na língua francesa vinda do protagonista João Pedro Zappa, ainda preso à imagem mitológica de seu personagem, e o perfil um tanto quanto vilanesco de Jean Pierre Noher, como o oficial francês que intervém no aeroclube local. Ainda é pouco para uma análise mais aprofundada.
Se esteticamente Santos Dumont merece vários aplausos, inclusive pelo uso dosado e com uma pitada de nostalgia do chroma key, o mesmo não se pode dizer do ritmo da narrativa. Os personagens ainda soam presos a estereótipos, os diálogos um tanto quanto duros e os acontecimentos meio bruscos, especialmente nas transições. A insistência na faceta do aventureiro impede (por enquanto) que se conheça mais sobre quem é Santos Dumont, além do espírito inovador já escancarado em todo e qualquer livro de história. Mas trata-se apenas do primeiro episódio, resta aguardar o que virá nos cinco restantes.
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