Crítica


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Sinopse

Dick Grayson, jovem combatente do crime, e Rachel Roth, uma jovem garota especial possuída por uma estranha escuridão, acabam no meio de uma conspiração que pode trazer o Inferno para a Terra. Eles se juntam à cabeça-quente Estelar e o amável Mutano. Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

Crítica

No episódio anterior, Titans apresentou um novo personagem: mais um Robin! Para os fãs dos quadrinhos, ficou bem claro que, por sua atitude nada pueril, se tratava de Jason Todd, o segundo e rebelde jovem a assumir o manto do parceiro de Batman que, anos depois, acabou morto pelo Coringa (numa votação do público, diga-se, que não se afeiçoou muito ao temperamento violento do rapaz). Pois, o título do sexto capítulo não poderia ser mais óbvio. Jason Todd trata, exatamente, dos dois Robins em questão, o velho e o novo, focando a ação em Dick Grayson na maior parte do tempo, deixando os outros membros da equipe de lado. Uma pausa que se faz necessária para retomar o fôlego depois de episódios intensos, mas que, ao mesmo tempo, acaba prejudicando o material como um todo.

Após a investida de Robin (Brenton Thwaites) no apartameto do Dr. Adamson (Reed Birney), descobre-se que este não é o responsável direto pela caça à Rachel (Teagan Croft), apesar de ter um alto cargo que o permite saber bem mais que aparenta sobre a garota e seus poderes. Com a inusitada chegada de Jason (Curran Walters), Dick e seus companheiros buscam refúgio num dos vários apartamentos de Bruce Wayne, aos quais o novo Robin tem acesso. Mas enquanto Rachel, Gar (Ryan Potter) e Kory (Anna Diop) mantém o doutor em cárcere, tentando arrancar informações, Dick sai com Jason numa busca pessoal que envolve o assassino de seus pais.

Por um lado, a ideia inicial é interessante. Após várias pistas sobre o passado tortuoso de Dick, parece que finalmente o público vai entender a tumultuada relação com Batman que o levou a deixar Gotham City. No entanto, o decorrer do episódio mostra muito mais um embate psicológico (e até físico) de gerações e a importância de um companheiro de batalhas ao lado do Homem Morcego. É um passo em falso, pois Dick parece afundar em dúvidas sobre o legado do manto e se deve seguir sendo herói. Algo que até então não é novidade, já que desde o primeiro capítulo o rapaz tem se recusado a seguir como símbolo para outros. Talvez por isso mesmo a violência e o carisma de Jason (assim como o de seu intérprete) acabem ofuscando o protagonista da série. Ainda mais que Brenton Thwaites começa a mostrar aqui que ainda tem muitas limitações dramáticas para um personagem tão conturbado. Se até agora o "feijão com arroz" da atuação era eficiente na composição em grupo (afinal, os outros três membros da equipe parecem bem mais naturais em cena e acabam ajudando o ator), aqui, onde deveria tomar a frente, acaba por ficar para trás.

Não que seja um episódio ruim, mas pode ser decisivo para quem não tinha opinião formada sobre Titans até então. Um capítulo morno como esse acaba por deixar todos na dúvida sobre os caminhos a seguir. Tanto os da equipe, que mal aparece por aqui, mas especialmente os de Dick. Um personagem extremamente popular nos quadrinhos da DC Comics e, também, para quem conhece o Robin através de outras mídias. É quase um passo em falso para a qualidade que a série mantinha até então. Longe do intragável, mas esquecível, essa sexta parte da história acaba valendo muito mais por trazer Jason Todd à vida, ainda que se saiba que ele tem participação quase nula na trajetória dos Titãs, tantos nas HQs quanto em qualquer outro suporte.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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