Crítica


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Sinopse

Dick Grayson, um jovem combatente do crime, e Rachel Roth, uma jovem garota especial possuída por uma estranha escuridão, acabam no meio de uma conspiração que pode trazer o Inferno para a Terra. Eles se juntam à cabeça-quente Estelar e o amável Mutano. Juntos, eles se tornam uma família e uma equipe de heróis.

Crítica

Desde que o anúncio da produção desta série foi feito, meses atrás, muitos fãs das histórias em quadrinhos torcera o nariz para um fato: a ausência de Donna Troy no time principal de Titans. Um breve relato: a parceira mirim da Mulher-Maravilha, também uma amazona (ainda que com uma origem repleta de estranhamentos) sempre foi uma presença constante nas principais fases da equipe. Seja na Turma Titã dos anos 1960 ou na revitalização dos Novos Titãs no início dos 1980, até ser morta e revivida entre 1990 e 2000, a personagem sempre foi uma fan favorite. Eis que chegamos ao oitavo capítulo que tem o nome mais que sugestivo: Donna Troy. E se havia alguma dúvida que ela chegaria chutando bundas, pode encher o peito de orgulho. A personagem é tão maravilhosa quanto sua contraparte das HQs.

Enquanto Dick (Brenton Thwaites) sai em busca do passado (mais uma vez) ao lado de Donna (a excelente Conor Leslie), Rachel (Teagan Croft), Gar (Ryan Potter) e Kory (Anna Diop) viajam de trem para a casa de Angela (Rachel Nichols), a recém resgatada mãe da jovem com poderes sobrenaturais. O episódio começa justamente com um diálogo do passado entre Dick e Donna, quando ambos ainda eram os parceiros mirins de Batman e Mulher-Maravilha. Uma coisa fica clara: ambos tem uma amizade tão forte como a de irmãos, sendo a garota a mais velha, inteligente e bonita, como a própria gosta de afirmar. E no decorrer da trama, já nos dias atuais, se percebe bem este relacionamento fraterno da dupla.

Por um lado, vemos a apresentação bem desenvolvida de Donna – ainda que com efeitos visuais não tão bem realizados para mostrar seu poder e agilidade. Com o traje guardado há anos, hoje ela é uma fotógrafa de sucesso, com direito a exposições em galerias com seu trabalho mais artístico. Porém, não largou a justiça de lado: utilizando a câmera como arma, a antiga Moça-Maravilha revela os podres dos submundo com suas lentes. É justamente numa destas investidas que o intrometimento de Dick quase coloca tudo a perder. Por outro lado, faz com que a reaproximação dos amigos de anos desemboque na chave de um dos mistérios que a série tem mantido até então.

É sobre Kory que este segredo é relevado – ainda que parcialmente. Durante uma viagem de trem, perdida em pensamentos sobre seu passado, assim como uma paixão latente por Dick, a heroína desconfia de um dos passageiros de seu vagão. Ele se mostra interessado nela sexualmente, que retribui os gracejos apenas para descobrir de onde é o corpulento homem e para quem ele trabalha.

Talvez este seja um dos episódios mais bem dirigidos no quesito de atuações, justamente por, em cada ponto, tratar com as duas personagens femininas mais fortes da equipe. Donna (que apesar de não ser integrada oficialmente aos Titãs e ser apenas uma participação – ainda) encontra o carisma natural de sua intérprete, que mantém o espectador vidrado em sua espontaneidade. Já Anna Diop se mostra desde o início a fodona, sem meias palavras. Ela não é apenas a mais forte integrante dos Titãs, mas também a mais vistosa e sexy, sem medo algum de demonstrar empoderamento.

É um grande episódio que até pode não ter tanta ação quanto se poderia esperar, mas avança bons momentos na história sem parecer que está enrolando o espectador. Temos um time que só cresce, além de um sentido de urgência que até então parecia fazer falta nos capítulos, que terminavam sem grandes cliffhangers. O deste aqui talvez seja o mais impactante e perigoso até então, ainda mais por lidar com um problema muito mais interno da equipe do que uma ameaça de fora. Algo que deixa qualquer um sedento pelo episódio seguinte.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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