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Sinopse

Os androides se rebelaram por todos os lados - e não apenas em Westworld. Enquanto isso, Dolores segue determinada a montar seu próprio exército, ao passo de Maeve está cada vez mais próxima de alcançar seus objetivos. E Charlotte, conseguirá ela acabar com a ameaça dos revoltosos e restaurar a ordem nos parques?

Crítica

No final do longa Westworld: Onde Ninguém Tem Alma (1973), o espectador descobria que o parque inspirado no Velho Oeste não era o único a usar androides para propor uma experiência singular aos visitantes humanos. O mesmo se repetiu no último episódio da primeira temporada de Westworld, série inspirada no filme de Michael Crichton. E se no terceiro capítulo da segunda temporada o espectador teve a primeira visão de um destes outros mundos – aquele que podemos chamar de Indianworld – em Akane no Mai, quinto episódio da segunda temporada, foi a vez de nos depararmos com o Shogunworld. E atenção: os riscos só aumentaram. Assim como as dúvidas no lado de cá da tela.

Após terem permanecido ausentes no capítulo anterior, Dolores (Evan Rachel Wood) e Maeve (Thandie Newton) voltam a ocupar o centro das atenções com suas jornadas. Ambas estão cientes de suas reais condições, porém, a despeito de suas existências artificiais, curiosamente seguem acreditando naquilo que lhes foi imposto durante suas programações mentais: a primeira está em busca do pai, enquanto que a segunda segue atrás da filha perdida. Assim como temos duas fortes mulheres em caminhos distintos, também há paralelismo entre os braços direitos de cada uma delas: o caubói Teddy (James Marsden) e o assassino Hector (Rodrigo Santoro), respectivamente. A forma como cada uma delas irá se desvencilhar desse apoio, no entanto, colocará um fim definitivo nestas comparações.

Maeve tem também sob seu comando o engenheiro Lee (Simon Quarterman, de Filha do Mal, 2012), um dos responsáveis pela elaboração das narrativas que se repetem em todos os parques – sejam eles no faroeste, na Índia colonial ou no Japão antigo. Com ele ao seu lado, parte para Shogunworld, motivada por um viés feminista: está decidida a salvar uma gueisha – Sakura (Kiki Sukezane, de Perdidos no Espaço, 2018) – cobiçada por um temido senhor. A garota, no entanto, responde apenas a Akane (Rinko Kikuchi, indicada ao Oscar por Babel, 2006), e em sua defesa a série atingirá níveis de sangue dignos dos melhores momentos de Quentin Tarantino. Mas nada que supere a surpresa de ver Dolores tendo que lidar com a paixão de Teddy da forma mais cruel possível: ele não estará seguro nem mesmo ao lado dela, e para que os dois continuem juntos, ao menos um deles terá que deixar de ser quem sempre foi.

Akane no Mai, título deste episódio, significa, literalmente, A Dança de Akane. Este, aliás, é um momento climático na trama dirigida por Craig Zobel (Os Últimos na Terra, 2015). E ainda que a personagem de Kikuchi dê nome ao episódio, está em sua colega de elenco a grande atuação deste episódio. Ao mesmo tempo em que acompanhamos Evan Rachel Wood se esforçando para entregar qualquer tipo de sacrifício – e falhando em suas intenções – Thandie Newton consegue ir além com bem menos desgaste. Vencedora do Bafta por Crash: No Limite (2004) e indicada ao Globo de Ouro, ao Emmy e ao Screen Actor Guild Award pela primeira temporada de Westworld, a atriz mostra sua personagem alcançando um novo nível de excelência, dominando habilidades até então desconhecidas, ao mesmo tempo em que deixa claro sentir o que precisa abrir mão em nome de um passo adiante. É por ela, afinal, que a história segue andando. Com ou sem novos mistérios na balança.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
7
Filipe Pereira
7
MÉDIA
7