Após metade do segundo semestre de 2014 já ter passado, uma grande certeza surgiu entre a crítica e a indústria cinematográfica: este não foi o melhor dos anos no que consiste em atuações femininas. Ao contrário dos colegas da ala masculina, poucos bons papéis e, consequentemente, interpretações se destacaram na corrida do ouro. Com os anúncios do SAG, do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards, é quase certo apostar nas atrizes que serão indicadas ao Oscar.

É claro que uma surpresa ou outra pode aparecer, mas Julianne Moore é a certeza absoluta, inclusive de vitória. Seu papel da renomada professora de linguística que começa a apresentar sinais de Alzheimer em Para Sempre Alice, além de uma grande interpretação, é tudo que a Academia adora: um personagem em conflito com algo que não pode combater. Além de tudo, é uma forma de coroar Moore, que já foi indicada outras quatro vezes, todas merecedoras do prêmio, mas sempre “quase lá”. Também foi um grande ano para a atriz, que ainda aparece no ótimo Mapas para as Estrelas (papel pelo qual foi premiada no Festival de Cannes) e também fez bons números nas bilheterias ao estrear na saga Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1.

Ao seu lado, Reese Witherspoon deve concorrer novamente à cobiçada estatueta por seu papel em Livre, história que lembra muito filmes como Na Natureza Selvagem (2007) e 127 Horas (2010). Também deve haver duas estreantes na categoria: Felicity Jones como a mulher de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, em um papel bem ativo e que não parece apenas ”a esposa de fulano” como Jennifer Connelly em Uma Mente Brilhante (2001). Está mais para a própria Reese em Johnny & June (2005), que levou o Oscar na época. A outra novata é Rosamund Pike pelo papel da não tão exemplar Amy de Garota Exemplar, um dos papeis mais densos e ambíguos dos últimos tempos.

A dúvida é sobre quem ficará com a última vaga. Se seguirmos as atuais premiações, a eterna Rachel do seriado Friends, Jennifer Aniston, deve conquistar os votantes com sua depressiva personagem do ainda inédito Cake: Uma Razão Para Viver. A Academia adora transformações físicas dramáticas como a que a intérprete fez para o papel. Porém, não se deve descartar Marion Cotillard. Pena que a francesa tem duas ótimas interpretações em filmes que poucos viram (Era Uma Vez Em Nova York e Dois Dias, Uma Noite). Hilary Swank também pode voltar à premiação por sua elogiadíssima participação em The Homesman, assim como a quase onipresente Amy Adams por Grandes Olhos, nova produção de Tim Burton. Até Shailene Woodley pode surgir pelo megassucesso literário A Culpa é das Estrelas.

Quem talvez merecesse um lugar ao pódio seria Anne Dorval, por Mommy, Scarlett Johansson, por Sob a Pele, ou Tilda Swinton, por Amantes Eternos. Porém, parecem escolhas muito fora do que a Academia gosta, além de serem produções independentes e “estranhas” demais para o público. Por sinal, quase ninguém viu, o que diminui ainda mais as chances.

 

CERTEZA ABSOLUTA:

 

QUASE CERTEZAS:

 

UMA VAGA, TRÊS MULHERES:

 

AZARÕES:

 

MERECIAM, MAS NÃO VÃO ENTRAR:

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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